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Incidência Mundial da Doença

     A Hepatite C representa atualmente uma situação pandémica, tendo sido estimado recentemente pela OMS (Organização Mundial de Saúde) que 2% da população mundial, aproximadamente 123 milhões de indivíduos, se encontram infetados pelo VHC. (1) Comparativamente com o HIV, esta doença apresenta um maior impacto.

     Devido à escassez de estudos que envolvam amostras verdadeiramente representativas da população em geral, é difícil indicar um valor confiável de prevalência desta doença. O facto de se tratar de uma infeção geralmente assintomática torna ainda mais difícil a obtenção destes valores. A prevalência da infeção pelo VHC tem sido estimada em estudos realizados fundamentalmente em dadores de sangue.
    Esta infeção está amplamente distribuída pelo mundo inteiro, registando-se, no entanto, grandes assimetrias geográficas, quer no mesmo continente, entre diferentes países, quer no mesmo país, entre diferentes áreas geográficas. (1)

     Acredita-se que tenha ocorrido uma distribuição temporal durante o século XX, particularmente na década de 20 no Japão, na década de 40 na Europa e na década de 60 nos Estados Unidos da América.
     Em África e na Ásia encontram-se os países com maior prevalência, destacando-se o Egipto, com uma prevalência que ronda os 20% da população. Em Taiwan, cerca de 1-5% da população está infetada pelo VHC, na Índia 12-13 milhões são portadores do VHC e no Brasil, os valores variam entre 5,8% e 36,2%.
     Já na Europa, estima-se um valor de 2-5 milhões de pessoas afetadas. Em Portugal, estimam-se que cerca de 150 000 portugueses estejam infetados com VHC (1,5% da população), mas, sendo a maioria assintomática, a verdadeira prevalência é desconhecida. Sabe-se que 84,3% dos indivíduos infetados entre 2001 e 2005 encontravam-se na faixa etária entre os 15 e os 44 anos.
    A prevalência encontrada em dadores de sangue foi de 0,9% com uma variação entre 0,47 e 2,87% e observa-se um gradiente Norte-Sul com menor prevalência na região do Norte (0,68%) quando comparada com a região Centro (1,0%) e a região Sul (1,59%). Este gradiente pode ser explicado pelo facto do consumo de drogas ser mais frequente na região Sul e por questões demográficas. Por exemplo, a maioria é composta por homens entre os 15 e os 34 anos de idade, que são características semelhantes às dos doentes que frequentam instituições de apoio à toxicodependência.
    Em 1998, o número de casos de Hepatite C notificado foi, pela primeira, vez superior ao número de casos de Hepatite B, justificado pelo aumento de casos de infeção por VHC e tendência para diminuição de casos de infeção por VHB. É sabido que o número de casos notificados é menor do que o número verdadeiro de casos existentes. Em 2006, ocorreram em Portugal 67 óbitos que teve como etiologia as hepatites víricas.
    As taxas de infeção por VHC são subestimadas pela ausência de avaliação serológica em alguns doentes infetados e também, no que toca aos casos de óbito associados ou relacionados com o VHC porque as regras da Classificação Internacional de Óbitos estipulam que as causas de morte sejam incluídas para as estatísticas de “Cirrose” ou “Carcinoma Hepatocelular”, mesmo sendo resultado de infeção crónica por VHC. (2)

Comparação da incidência da Hepatite C com o HIV

Prevalência Global do VHC

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