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História Natural da Doença

    Após um indivíduo estar exposto ao VHC, este torna-se portador da doença Hepatite C aguda.

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​    No entanto, a infeção pelo VHC raramente é diagnosticada na fase aguda, isto porque a maioria dos indivíduos com infeções agudas permanece assintomática (70-80%), ou com sintomas clínicos ligeiros (20-30%), nomeadamente astenia, anorexia, mal-estar ou dor abdominal.

    A história natural da infeção pelo VHC é difícil de estabelecer, dado as características silenciosas da infeção na maioria dos casos e a ausência de sintomas durante muitos anos, no caso da infeção crónica. No entanto, a análise de vários estudos prospetivos e retrospetivos permite tirar algumas conclusões.
    De acordo com diversos estudos, um doente que tenha Hepatite C aguda, de acordo com estudos, pode progredir para 3 situações. Uma hipótese é a evolução para uma Hepatite fulminante, contudo, a hepatite fulminante associada ao VHC é muito rara. O doente com hepatite aguda pode também evoluir no sentido da cura (resolução), todavia, a regra (74 a 86%) é a evolução para a cronicidade.
    A resolução da doença é geralmente indicada pela normalização dos níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT), uma enzima essencialmente presente no fígado. Os doentes anti-VHC positivos com níveis normais de ALT são muitas vezes chamados de portadores, enquanto os que têm níveis séricos elevados de ALT e positividade do RNA do VHC apresentam Hepatite C Crónica.

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    -Hepatite C Crónica

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    A Hepatite C Crónica varia tanto nos seus aspetos clínicos como na sua evolução. Alguns doentes podem não ter qualquer sintoma nem sinais de doença no fígado e ter níveis de ALT inteiramente normais. Existem doentes que não apresentam sintomas. No entanto, observa-se uma ligeira ou moderada subida da ALT e que têm um prognóstico que se desconhece. Os casos mais graves são os doentes com hepatite grave e sintomas de doença hepática, grande elevação da ALT que desenvolvem cirrose e falência hepática.
    A maioria dos doentes com Hepatite C apresenta sintomas clínicos tais como: sintomas relacionados com o desenvolvimento de cirrose hepática, nomeadamente a ascite, a icterícia e a hemorragia digestiva alta por hipertensão portal e ainda a consequente falência hepática.
    Os fatores que promovem a progressão da hepatite crónica incluem o consumo de álcool, sexo masculino devido às diferenças hormonais, idade no momento da infeção, a co-infeção com VIH e/ou Hepatite B, os depósitos de ferro, a esteatose hepática, a obesidade e a diabetes mellitus.
    Considerando globalmente os doentes com Hepatite C Crónica, 20 a 30% desenvolvem cirrose, em média 20 a 30 anos após o contágio. Os doentes com Hepatite C e cirrose hepática compensada têm uma taxa de sobrevivência aos 10 anos superior a 80%. No entanto, uma vez que se desenvolvam complicações devido à cirrose, a taxa de sobrevivência aos 5 anos cai para 50%. Neste grupo a mortalidade devida a hipertensão portal, insuficiência hepática ou carcinoma hepatocelular é 2 a 5% por ano. Nos doentes com cirrose hepática o risco de desenvolvimento de carcinoma hepatocelular é de 3 a 4% por ano aliás, o carcinoma hepatocelular ocorre quase exclusivamente em doentes com cirrose hepática. Os doentes com cirrose hepática C devem ser monitorizados para o despiste precoce do carcinoma hepatocelular, com a determinação regular de alfafetoproteína e vigilância por ecografia abdominal. (1, 4)

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